segunda-feira, 18 de julho de 2011

Estão os machos da nossa espície a perder qualidade?

À primeira vista esta pergunta pode parecer ridícula, mas será?
Existem determinadas características que distinguem os homens das mulheres, no início da gestação começamos todos por ter um corpo com características femininas, às 8 semanas começa a produção de testosterona, nos indivíduos do sexo masculino, que vai permitir a diferenciação dos meninos.
Isto é uma forma incrivelmente simplificada de descrever um fenómeno mesmo muito complexo, mas a ideia importante é que é a testosterona a hormona responsável por no mundo haverem homens e mulheres, sem testosterona seriamos todos morfologicamente mulheres. (isto provavelmente não é verdadeiramente verdade, mas para simplificar vamos acreditar que é).
Esta testosterona não permite apenas que os homens nasçam equipados com um pénis, o próprio desenvolvimento cerebral é influenciado pelos níveis desta hormona durante a gestação, cada vez mais estudos apontam que os fatores genéticos têm uma grande importância nos comportamentos e preferências sexuais (ui que isto tem aqui pano para mangas).
Isto tudo para dizer que se por alguma razão um homem for exposto, durante a gestação, a uma quantidade de testosterona muito menor do que aquela que seria suposto, existe uma forte probabilidade de se tornar um individuo com mais características femininas e menos características masculinas.
A maior parte da testosterona nos homens é produzida nos testículos, as mulheres também têm uma pequena quantidade de testosterona, produzida na glândula suprarrenal.
Se por alguma razão, as concentrações de testosterona de um homem normal baixarem para valores fora da normalidade, algumas das características associadas à masculinidade são severamente afetadas, entre elas são de salientar a agressividade e a líbido.
Nos últimos anos tenho ouvido muitas mulheres queixarem-se dos homens, mas por razões muito diferentes das queixas do passado, segundo elas características como uma líbido elevada, maior agressividade e uma atitude mais dominadora são um mito, algo que até pode ter sido verdade mas que não se encontra nos machos dos dias de hoje.
Durante algum tempo achei que tinham sido as mulheres a aproximarem-se mais dos homens nestas características depois da revolução feminista da década de 60, mas se calhar não foi bem isso que aconteceu...
Em 2007 foi publicado um estudo (quem quiser pode consultar aqui: www.usludgefree.org/pdf/hfw/hfw_testosterone.pdf) com uma amostra de cerca de 1700 homens que mostrou que até pode haver assim uma pontinha de verdade nas observações destas mulheres. Segundo o estudo a quantidade de testosterona nos homens tem vindo a decrescer significativamente nos últimos anos, um decréscimo de cerca de 1.2% / ano, isto significa um decréscimo de 25% em duas décadas, ou seja um homem com 65 anos hoje tem menos 25% de testosterona que um homem de 65 anos à 20 anos atrás, o que vale é mesmo o viagra!
O estudo foi realizado a uma população entre os 45 e os 79 anos, pelo que não engloba a minha geração, no entanto os dados são um bocadinho inquietantes, é mesmo possível que os homens sejam cada vez menos masculinos (naquele sentido de macho peludo e a cheirar a cavalo que que é andar à porrada), se o decréscimo continuar à velocidade do estudo, mais meia-duzia de décadas e lá se vai o macho latino, se tivermos em conta o Zezé Camarinha pode ser que não seja assim uma coisa tão má!

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